Há muito vento lá fora Ele grita por teu nome, buscando notícias tuas. Flores e folhas esvoaçam em busca de abrigo, como eu! Algumas perambulam pelas estradas, Tentando encontrar teus passos, mas não há nenhum rastro. Angústia e medo do que possa ser encontrado, mas que venha! É cruciante viver sem saber de ti O coração está inquieto, perdido em devaneios... O sono já não é mais o mesmo, mas ainda rezo! Sonhamos juntos: sermos pessoas simples e muito felizes; Viver apenas nosso inabalável amor. O que o destino nos reserva?
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo À voz do meu amor moves teus passos? Da noite a viração, movendo as folhas, Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva Nosso leito gentil cobri zelosa Com mimoso tapiz de folhas brandas, Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco, Já solta o bogari mais doce aroma! Como prece de amor, como estas preces, No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas, Correm perfumes no correr da brisa, A cujo influxo mágico respira-se Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva Um só giro do sol, não mais, vegeta: Eu sou aquela flor que espero ainda Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra, Onde quer que tu vás, ou dia ou noite, Vai seguindo após ti meu pensamento; Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram, Não sentiram meus lábios outros lábios, Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta, Já solta o bogari mais doce aroma Também meu coração, como estas flores, Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes À voz do meu amor, que em vão te chama! Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil A brisa da manhã sacuda as folhas!
3 Comments:
Outono
(Violet)
Há muito vento lá fora
Ele grita por teu nome, buscando notícias tuas.
Flores e folhas esvoaçam em busca de abrigo, como eu!
Algumas perambulam pelas estradas,
Tentando encontrar teus passos, mas não há nenhum rastro.
Angústia e medo do que possa ser encontrado, mas que venha!
É cruciante viver sem saber de ti
O coração está inquieto, perdido em devaneios...
O sono já não é mais o mesmo, mas ainda rezo!
Sonhamos juntos: sermos pessoas simples e muito felizes;
Viver apenas nosso inabalável amor.
O que o destino nos reserva?
Bjinhos
Ceiça
muito bonita ... reflecte um sentimento londrino
Leito de folhas verdes
(Gonçalves Dias)
Por que tardas, Jatir, que tanto a custo
À voz do meu amor moves teus passos?
Da noite a viração, movendo as folhas,
Já nos cimos do bosque rumoreja.
Eu sob a copa da mangueira altiva
Nosso leito gentil cobri zelosa
Com mimoso tapiz de folhas brandas,
Onde o frouxo luar brinca entre flores.
Do tamarindo a flor abriu-se, há pouco,
Já solta o bogari mais doce aroma!
Como prece de amor, como estas preces,
No silêncio da noite o bosque exala.
Brilha a lua no céu, brilham estrelas,
Correm perfumes no correr da brisa,
A cujo influxo mágico respira-se
Um quebranto de amor, melhor que a vida!
A flor que desabrocha ao romper d'alva
Um só giro do sol, não mais, vegeta:
Eu sou aquela flor que espero ainda
Doce raio do sol que me dê vida.
Sejam vales ou montes, lago ou terra,
Onde quer que tu vás, ou dia ou noite,
Vai seguindo após ti meu pensamento;
Outro amor nunca tive: és meu, sou tua!
Meus olhos outros olhos nunca viram,
Não sentiram meus lábios outros lábios,
Nem outras mãos, Jatir, que não as tuas
A arazóia na cinta me apertaram.
Do tamarindo a flor jaz entreaberta,
Já solta o bogari mais doce aroma
Também meu coração, como estas flores,
Melhor perfume ao pé da noite exala!
Não me escutas, Jatir! Nem tardo acodes
À voz do meu amor, que em vão te chama!
Tupã! lá rompe o sol! do leito inútil
A brisa da manhã sacuda as folhas!
Bjinhos e durmas bem.
(Violet)
Post a Comment
<< Home